Os frequentes problemas na operação do Metrô do Recife têm gerado transtornos significativos para mais de 180 mil ageiros diários, destacando a crítica falta de investimentos no sistema ferroviário da região. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) enviou um documento ao Ministério das Cidades com um projeto ambicioso visando revitalizar e modernizar o transporte metroviário na Região Metropolitana.
Nos últimos meses, o metrô enfrentou três paralisações devido a falhas nos cabos elétricos, cada uma demandando horas de manutenção para reparo. No total deste ano, já foram registradas cinco paralisações, evidenciando a fragilidade da infraestrutura após mais de 40 anos sem grandes atualizações.
Marcela Campos, superintendente da CBTU, explicou em entrevista ao Diario de Pernambuco que o projeto requer um investimento inicial de R$ 1,7 bilhão do Governo Federal para garantir uma operação estável e segura. Esse montante inclui a modernização da frota, renovação de trilhos, recuperação da via, e melhorias estruturais nas estações, além da aquisição de equipamentos especializados para manutenção.
Atualmente, o Metrô do Recife opera com 22 trens, realizando cerca de 380 viagens diárias nas linhas Centro e Sul, transportando quase 200 mil ageiros. Contudo, segundo Campos, o sistema deveria ter capacidade para atender até 400 mil ageiros diariamente, indicando a necessidade urgente de expansão e modernização.
Apesar dos desafios estruturais, o Metrô do Recife conta com um Centro de Controle Operacional (CCO) considerado referência nacional, destacando-se pela eficiência na gestão das operações ferroviárias. Em 2023, representantes da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (TM) de São Paulo visitaram o CCO do Recife para conhecer suas práticas operacionais.
O projeto da CBTU aguarda a liberação de recursos adicionais e o apoio contínuo do governo para avançar nas etapas de modernização, visando proporcionar um serviço de transporte público mais confiável e eficiente para a população da Região Metropolitana do Recife.