Mercado encomenda 500 novos ônibus VW e montadora revela primeiro protótipo de chassi elétrico

Recém-lançados no Brasil, os novos ônibus Volkswagen já somam vendas de mais de 500 chassis para clientes em busca de suas vantagens operacionais, como a economia de combustível de até 5%, e também o conforto superior para motorista e ageiros. Em resposta à essa demanda do mercado, a montadora já amplia seu novo portfólio: acaba de apresentar o Volksbus 8.180 e também promete sucessor para modelos como o Volksbus 22.280, previsto para lançamento ainda em 2023. Ao todo, já são mais de 50 variantes disponíveis para aquisição.

E não é só à demanda atual que a Volkswagen Caminhões e Ônibus está atenta. A montadora acaba de iniciar testes com seu primeiro protótipo de ônibus 100% elétrico, em linha com as tendências que despontam no cenário automotivo para o transporte de ageiros. O modelo tem como base a experiência da empresa com a eletromobilidade, como pioneira no desenvolvimento e produção em larga escala de veículos destinados a transporte de cargas na América Latina.

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  • Essa etapa preliminar envolve rodagens no campo de provas de seu centro mundial de pesquisas em Resende, no interior do Rio de Janeiro, além da circulação em cidades próximas. Sua vocação é urbana e a viagem inaugural com ageiros teve como itinerário rotas dentro da própria fábrica.

    Já para o mercado externo, a VWCO dá a largada na exportação de seus primeiros chassis com a tecnologia Euro 6 (ou Proconve P8 na legislação nacional) a partir do Brasil. O destino final é a Colômbia, que já opera com esse patamar de exigência para níveis de emissões.

    “São 30 anos desde a criação de nossa linha de ônibus Volksbus e acumulamos quilometragem suficiente para entender e até mesmo antecipar as necessidades do mercado. O resultado reverte em vendas: estamos crescendo acima do mercado e já lançamos mais modelos de chassis para os clientes que busquem um micro-ônibus VW. Tudo isso ao mesmo tempo em que iniciamos exportações do portfólio mais avançado da marca e testes com nosso primeiro protótipo 100% elétrico”, avalia Roberto Cortes, presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus.

    Mercado em alta

    As primeiras 500 unidades dos novos ônibus Volkswagen estão previstas para serem entregues ao longo dos próximos meses para modernizar frotas de clientes ao redor de todo o Brasil. Parte dos chassis está em fase de encarroçamento e há também unidades em produção. O volume servirá para manter aquecidas as vendas de ônibus da montadora, que registra um crescimento de mais de 100% em seus no emplacamentos voltados ao transporte de ageiros no primeiro quadrimestre de 2023 com relação ao mesmo período do ano anterior, resultado acima da média do mercado (cerca de 70%). 

    Portfólio entrega vantagens operacionais

    Para acompanhar esse crescente nas vendas de ônibus, a família Volksbus está em expansão. Agora são oito novos modelos, que se desdobram em mais de 50  variações para contemplar diferentes aplicações, com configurações especiais para operação em terrenos rurais ou para garantir maior conforto com suspensão pneumática, por exemplo, além do entre-eixo adaptado à necessidade de transporte do cliente.

    O mais novo integrante é o Volksbus 8.180, que completa a oferta da melhor linha de ônibus Volkswagen de todos os tempos, lançada com o conhecimento acumulado em seus 30 anos de mercado. Economia de combustível de até 5%, conforto superior, segurança ativa e maior tecnologia são os principais diferenciais que garantem esse título à nova família Volksbus. Tudo isso se traduz em mais produtividade e custo operacional mais eficiente.

    A Coalizão Mobilidade Triplo Zero divulgou nesta quarta-feira uma nota em que critica a iniciativa do governo federal de lançar um plano de incentivo à retomada do setor automotivo por meio da redução dos valores dos carros populares. A rede de organizações, movimentos sociais e pesquisadores argumenta que a medida é um retrocesso. Isso porque vai contra as ações para proteção do clima, da saúde, da qualidade de vida nas cidades e também da promoção da igualdade social. De acordo com o texto, uma política nacional precisa garantir financiamento ao transporte público coletivo, à mobilidade a pé e por bicicleta. Sem isso, a população pobre será a mais prejudicada.

    Na nota, a coalizão enfatiza o aumento da poluição atmosférica e da emissão de CO², gás de efeito estufa, como impactos negativos que a medida do governo federal acarreta. Também destaca os congestionamentos e o aumento da violência no trânsito. Os números recentes do DataSUS do Ministério da Saúde mostram que as mortes no trânsito cresceram pelo segundo ano consecutivo, com 33.813 vítimas em 2021. Isso representa um crescimento de 3,5% em relação a 2020. A maioria dessas vítimas é de pessoas pobres e negras, assim como também são as que sofrem com as mudanças climáticas, com a poluição provocada pelo transporte individual e com a baixa qualidade do transporte coletivo.

    “O Brasil já optou por soluções do tipo, e paga um alto preço até hoje, com o colapso do sistema de transporte público coletivo brasileiro, que culmina na crise urbana que enfrentamos diariamente em nossas cidades. É isso que o Brasil do século 21 quer?”, questiona o documento. A rede reivindica coerência por parte do governo federal, que assume um discurso internacional para barrar as mudanças climáticas, mas aplica políticas internas que caminham numa direção completamente díspar.

    A Coalizão afirma que se o governo federal busca um futuro equitativo e verde, ele deve focar o transporte público, a mobilidade a pé e por bicicleta. “Para isso, é urgente garantir subsídio público para expansão, qualificação e integração dos sistemas de transporte público; implantação de infraestruturas seguras, bem conectadas e confortáveis para o pedestre e o ciclista; além de espaços públicos de qualidade e verdes nas cidades brasileiras. Se queremos fomentar a indústria e geração de empregos no Brasil, são esses setores industriais que devemos promover, os que envolvem o transporte coletivo e a produção de bicicletas”, aponta o documento.

    Sobre a coalizão Mobilidade Triplo Zero

    A Coalizão Mobilidade Triplo Zero: zero tarifa, zero emissões de poluentes e zero mortes no trânsitoé uma rede de dezenas de organizações da sociedade civil, movimentos sociais e pesquisadores que se formou em 2023 com o objetivo de superar a crise da mobilidade no Brasil e lutar para que ela seja um meio de garantir mais democracia e o a direitos sociais.

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