O Departamento de Trânsito do Paraná traz um perfil do comportamento dos homens no trânsito e mostra como a paternidade mudou o modo de dirigir de alguns condutores.
De acordo com o Ministério da Saúde, com base no sistema DataSUS, a cada 10 vítimas fatais no trânsito, 8 são homens e 2 são mulheres. “Estudos mostram que eles e elas tendem a se comportar de modo diferente no trânsito. Enquanto as mulheres são mais cautelosas, analíticas e emotivas, muitos homens acabam por subestimar o perigo e agem de forma intolerante, agressiva e negligente diante das condições adversas”, explica o diretor-geral do Departamento de Trânsito do Paraná, Marcos Traad.
No Paraná, os motoristas do sexo masculino, com idade entre 25 e 34 anos, são os que mais tiveram a habilitação suspensa por infrações de trânsito. Só no primeiro semestre deste ano, foram 8.731 suspensões.
“Uma das razões que podem justificar esse resultado é que na juventude a autoafirmação leva um comportamento mais exibicionista no trânsito e, assim, os riscos são muito maiores”, diz Marcos Traad.
Segundo o Departamento de Trânsito do Paraná, dos mais de 39 mil notificados no primeiro semestre de 2016, por suspensão e cassação do direito de dirigir, 75% são homens. Entre os motivos que levaram a suspensão deles no período estão transitar em velocidade superior à permitida em até 20% (11.545), avanço do sinal vermelho do semáforo (5.435) e estacionar em desacordo com a regulamentação (5.130).
O número de mortos e feridos também segue esta tendência. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, no primeiro semestre de 2016, foram 5.200 acidentes envolvendo eles no Estado do Paraná, com 249 mortos e 3.392 feridos.
PATERNIDADE
O comportamento masculino ao volante parece mudar com a chegada dos filhos e os homens ficam mais preocupados com a própria segurança e de seus familiares. É o que acredita o vice-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária, Mauro Gil Meger. “Com a paternidade, o homem tende a ser automaticamente e inconscientemente mais responsável e preocupado, duas características muito necessária para o trânsito”, avalia.
O consultor de vendas Thiago Luiz Iurk, de 34 anos, conta que o mudou a atitude ao volante logo depois que descobriu que a esposa estava grávida. “Antes de ser pai eu agia como um animal no trânsito, fazia ultraagens perigosas e perdia a cabeça com qualquer coisa. Depois disso, muitas coisas mudaram na minha vida, principalmente a conduta no trânsito. Fiquei mais consciente sobre os perigos e ei a praticar a direção defensiva. Não quero que minha filha cresça sem o pai do lado”, afirma.
HABILITAÇÃO
Os homens continuam representando a maior parte dos habilitados no Paraná, sendo 3.538.561 condutores dos 5,3 milhões no Estado do Paraná. Nos últimos cinco anos, entretanto, esse número sofreu queda.
Enquanto em 2011 eles representavam 68,20%, hoje são 65,56% do total de motoristas. Já o número de mulheres com Carteira Nacional de Habilitação segue crescendo: há cinco anos elas eram 31,80% do total e agora são 34,24%.
AGOSTO AZUL
Em 2012, foi instituído no Estado do Paraná que o mês de agosto seria dedicado a ações para incentivar a prevenção e a promoção da saúde do homem. O objetivo principal é motivar uma mudança cultural para que homens procurem atendimento médico e verifiquem sua condição de saúde com mais frequência, antes que doenças se manifestem de forma mais grave.
O Departamento de Trânsito do Paraná reforça que os cuidados com a saúde física e mental são essenciais para uma boa qualidade de vida e para uma conduta adequada no trânsito.